sexta-feira, 16 de julho de 2010

MURILO DE MELO FILHO


Sexto ocupante da Cadeira nº 20, eleito em 25 de março de 1999, na sucessão de Aurélio de Lyra Tavares e recebido em 7 de junho de 1999 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.

Murilo Melo Filho nasceu em Natal no dia 13 de outubro de 1928. Filho de Murilo Melo e de Hermínia de Freitas Melo, é o mais velho de uma irmandade de sete. Fez o curso primário no Colégio Marista e o colegial no Ateneu Norte-Riograndense. Aos 12 anos, ainda de calças curtas, começou a trabalhar no Diário de Natal, com Djalma Maranhão, escrevendo um comentário esportivo e ganhando o salário de 50 mil réis por mês. Trabalhou, a seguir, em A Ordem, com Otto Guerra, Ulysses de Góes e José Nazareno de Aguiar, e em A República, com Valdemar de Araújo, Rivaldo Pinheiro, Aderbal de França, Luís Maranhão e Luís da Câmara Cascudo; na Rádio Educadora de Natal, com Carlos Lamas, Carlos Farache e Genar Wanderley; e na Rádio Poti, com Edilson Varela e Meira Filho.

Aos 18 anos, veio para o Rio, onde estudou no Colégio Melo e Souza e foi aprovado em concursos públicos para datilógrafo do IBGE e do Ministério da Marinha, ingressando a seguir no Correio da Noite, como repórter de polícia.

Trabalhou seguidamente na Tribuna da Imprensa, com Carlos Lacerda; no Jornal do Commercio, com Elmano Cardim, San Thiago Dantas e Assis Chateaubriand; no Estado de S. Paulo, com Júlio de Mesquita Filho e Prudente de Moraes Neto; e na Manchete, com Adolpho Bloch.

Estudou na PUC e na Universidade do Rio de Janeiro, pela qual se formou em Direito. Chegou a advogar durante sete anos. Costuma dizer que quem se forma em Direito pode até advogar.

Como repórter free-lancer, entrou para a Manchete, criando a seção "Posto de Escuta", que escreveu durante 40 anos. Nessa mesma época, dirigiu e apresentou na TV-Rio, com Bony, Walter Clark e Péricles do Amaral, o programa político Congresso em Revista, que ficou no ar ininterruptamente durante sete anos, sendo a princípio produzido e apresentado no Rio e, depois, em Brasília.

Viveu na Nova Capital durante o atribulado qüinqüênio de 1960 a 1965, que testemunhou em centenas de reportagens. Construiu ali a sede de Bloch Editores e da Manchete e foi, a convite de Darcy Ribeiro e de Pompeu de Souza, professor de Técnica de Jornalismo na Universidade de Brasília.

Sempre em missões jornalísticas, acompanhou os ex-presidentes Juscelino Kubitschek a Portugal; Jânio Quadros a Cuba; João Goulart aos Estados Unidos, ao México e Chile; Ernesto Geisel à Inglaterra e à França; e José Sarney a Portugal e aos Estados Unidos.

Cobriu a Guerra do Vietnã, com o fotógrafo Gervásio Baptista, em 1967, e foi o primeiro jornalista brasileiro a cobrir a Guerra do Camboja, com o fotógrafo Antônio Rudge, em 1973, tendo chegado a Saigon e Phnom-Penh, via Tóquio.

Em audiências, contatos, entrevistas, recepções e visitas, esteve com alguns dos líderes que escreveram a história do mundo na segunda metade do século XX, entre outros: os presidentes Eisenhower, Kennedy, Nixon e Reagan, na Casa Branca, em Washington; os presidentes Charles de Gaulle e Giscard d’Estaing, no Palais d’Elysée, em Paris; Salazar, Spínola, Caetano e Mário Soares, em Lisboa; Thatcher, em Londres; Adenauer, em Bonn; Nasser e Anuar-el-Sadat, no Cairo; Ben Gurion, Golda Meir, Moshé Dayan, Itzak Rabin, Simon Peres e Albert Sabin em Jerusalém; Indira Ghandi, em Nova Delhi; Raul e Fidel Castro, Raul Roa e ‘Che’ Guevara, em Havana; Perón, Evita, Frondizi e Menem, em Buenos Aires; Eduardo Frei, o pai, em Santiago do Chile; o General Van Thiê, no Vietnã do Sul, e Ho-Chi-Min, no Vietnã do Norte; Elizabeth II, Craveiro Lopes, Selassié e Sukarno, em Brasília.

Conheceu os picos gelados de Zermat na Suíça e as geleiras de Anchorage e do Pólo Ártico; os desertos (americano) de Nevada e (africano) do Saara; o calor da Galiléia, do Mar Morto e das tórridas plantações de café na Costa do Marfim; a neve de Kiev e dos Montes do Ural na antiga União Soviética; as nevascas de Helsinque e de Oslo; os templos budistas de Angfor e de Phnom-Penh no Camboja; de Bangok na Tailândia e de Kyoto no Japão; as ruas sujas do Harlem em Nova York e do Cairo no Egito; os lugares santos de Roma e de Jerusalém.

Foi 32 vezes à Europa, 27 aos Estados Unidos, quatro à América do Norte, duas à Ásia e duas à África. Lamenta apenas que só a primeira dessas viagens, a Roma, no Ano Santo de 1950, tenha sido possível fazer de navio.

Casado com D. Norma, têm três filhos: Nelson, Fátima e Sérgio. É oficial da reserva do CPOR e recebeu as Medalhas de Tamandaré e de Santos Dumont (Grande Oficial); das Ordens dos Méritos Militar, Naval, Aeronáutico (Oficial); Judiciário (Grã-Cruz); Cívico e Cultural (Comendador); Jornalístico; de Miguel de Cervantes, de Câmara Cascudo e da Ordem do Rio Branco (Cavaleiro), concedida pelo Itamaraty.

Foi eleito unanimemente para membro titular da Academia Norte-Riograndense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 19, na sucessão do Acadêmico Nilo Pereira; do PEN Clube do Brasil e da Academia Brasileira de Letras, na Cadeira nº 20, sucedendo a Aurélio de Lyra Tavares. É membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e membro da União Brasileira de Escritores - UBE.

Representou a ABL na entrega do Prêmio João Ribeiro à Academia Mato-grossense de Letras, Cuiabá; no 40o aniversário de criação da Sudene, Recife; na posse do Acadêmico Ariano Suassuna na Academia Paraibana de Letras, João Pessoa; na homenagem prestada pela Academia Norte-Riograndense de Letras, Natal; no Centenário da Academia Pernambucana de Letras, Recife; no 13o Forum Nacional do BNDES, Rio de Janeiro; e na homenagem prestada ao Acadêmico Celso Furtado em comemoração aos 40 anos da Sudene.

Em companhia de Arnaldo Niskier, R. Magalhães Jr. e Joel Silveira, escreveu Cinco dias de junho, sobre a Guerra de Israel.

Com Adonias Filho, Amando Fontes, Cassiano Ricardo, Gustavo Corção, Hélio Silva, Josué Montello, Octavio de Faria, Rachel de Queiroz e Walmir Ayala, é um dos autores do livro O assunto é padre.

Com Carlos Lacerda, Darwin Brandão, David Nasser, Edmar Morel, Francisco de Assis Barbosa, João Martins, Joel Silveira, Justino Martins, Otto Lara Resende e Samuel Wainer, escreveu o livro Reportagens que abalaram o Brasil.

Com textos de Gilberto Freyre, Josué Montello, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Antônio Houaiss, Raimundo Magalhães Jr., Eduardo Portella, Ronaldo Cunha Lima e Humberto Nóbrega, é um dos autores do livro Augusto dos Anjos – A saga de um poeta.

Lançou O desafio brasileiro, com prefácio do ex-Ministro Reis Velloso, que vendeu 80 mil exemplares em 16 edições sucessivas, ganhando com ele o Prêmio Alfred Jurzykowski, da Academia Brasileira de Letras, como o Melhor Ensaio do Ano.

Este livro permaneceu durante várias semanas nas listas dos best sellers de livrarias brasileiras e foi adotado na cadeira de Estudos e Problemas Brasileiros de várias universidades, às quais o autor compareceu para debates com estudantes e professores.

A versão espanhola foi lançada em Madri, pelo Editorial Pomaire, com o título de El desafio brasileño, tendo vendido 10 mil exemplares.

Escreveu em seguida O modelo brasileiro, lançado pela Editora Bloch, com prefácio do professor e ex-Ministro Mário Henrique Simonsen, que vendeu 15 mil exemplares em três edições e lhe granjeou o Prêmio Juca Pato, da Associação Paulista de Escritores.

Publicou, ainda, O progresso brasileiro, pela Biblioteca do Exército; Memória viva, por Bloch Editores; O nosso Rio Grande do Norte, pela Editora Consultor, e Rio Grande do Norte - Imagem e palavra, todos eles com cinco mil exemplares, cada.

Na companhia dos jornalistas Barbosa Lima Sobrinho, Villas-Boas Corrêa, Pedro do Couto, Marcio Alves, Rogério Coelho Neto e Paulo Branco, escreveu o livro Crônica política do Rio de Janeiro, editado pela Fundação Getúlio Vargas.

Mais recentemente, em 1997, lançou o livro Testemunho político, pela Editora Bloch, com prefácio do ex-Presidente, Senador e Acadêmico José Sarney além de apresentações dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Carlos Heitor Cony e Barbosa Lima Sobrinho, com 10 mil exemplares e que já está na 2a edição, com mais 10 mil exemplares, pela Editora Elevação. Na Coleção Afrânio Peixoto, da ABL, lançou o livro Múcio Leão – Centenário.

FONTE: SITE DA ABL-ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

quinta-feira, 15 de julho de 2010

JOSÉ PEREGRINHO DA ROCHA FAGUNDES JÚNIOR

JOSÉ PEREGRINHO DA ROCHA FAGUNDES , natural de Natal, nascido a 12 de março de 1898 e faleceu no dia 12 de dezembro de 1983. Era filho do professor potiguar João Peregrino da Rocha Fagundes, e de D. Cornélia Seabra de Melo. Quando estudante secundário, na cidade natal, freqüenta o Ateneu Rio-Grandense e a Escola Normal, ao tempo em que exerce o jornalismo. No jornal que fundou, chamado de “A Onda”, publica um artigo com críticas ao diretor da Escola Normal e que também lecionava no Ateneu – o que lhe rendeu a expulsão de ambos os colégios e a mudança, a fim de poder prosseguir nos estudos – posto que vedado estava-lhe o acesso às escolas de Natal – para Belém.

Ainda em Natal tinha fundado outros dois jornais: “A Gazeta de Notícias” e “O Espectador”. Chegando a Belém, em 1914, conclui a formação básica no Ginásio Paes de Carvalho. Continua no afã jornalístico, colaborando em vários periódicos da nova morada, e busca enriquecer sua formação literária e filosófica.

Mudou-se, em 1920, para o Rio de Janeiro, ali iniciando-se no meio jornalístico da capital do país. Trava relações culturais e escreve no “Gazeta de Notícias”, além de estrear na literatura. Trabalha na Central do Brasil, e prossegue o curso de Medicina, que conclui em 1929.

Foi casado, desde 1926, com Wanda Acioly, cunhada do escritor Ronald de Carvalho.

Carreira médica e docente

Após sua formatura, Peregrino Júnior torna-se interno na 20ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, serviço do Prof. Antônio Austregésilo. Inicia a carreira como médico adjunto da Santa Casa, sendo depois chefe de enfermaria no Hospital Estácio de Sá. Fundou e dirigiu o serviço de endocrinologia na Policlínica do Rio de Janeiro, entidade que veio depois a presidir. Também foi o fundador e primeiro Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Biotipologia e Nutrição.

Ingressa como docente na então denominada Faculdade Nacional de Medicina, lente de Clínica Médica e Biometria. Nessa instituição veio a tornar-se catedrático. Foi emérito da Universidade do Brasil e professor na Faculdade Fluminense de Medicina, tendo ainda lecionado na Escola Nacional de Educação Física e Desportos – ENEFD, atualmente a Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, da qual foi ainda o Diretor. Integrou o Conselho Nacional de Desporto. Era membro, também, da Academia Nacional de Medicina.

Grande parte de sua produção é voltada para a medicina.

Literatura médica

Extensa produção acadêmica foi a de Peregrino Júnior. Seus principais livros, nesta área, foram:

  • Ciática (patologia e clínica). (1935);
  • Vitaminologia (1936);
  • Biotipologia e Educação (1936);
  • Insuficiência Supra-renal no Impaludismo (1937);
  • Estudo Experimental das Polinevrites Tóxicas (1937);
  • Desenvolvimento Normal do Brasileiro (1943);
  • Alimentação - Problema Nacional (1942);
  • Biometria Aplicada à Educação (1942);
  • Biotipologia Pedagógica (1942);
  • Tireóide - Patologia e Clínica. (Prêmio Academia Nacional de Medicina) (1943);
  • Crescimento e Desenvolvimento (1949);
  • Alimentação e Cultura (1951);
  • Stress e Síndrome Geral da Adaptação (1955);

[editar] Instituições estrangeiras

Foi membro da Sociedade Argentina para o Progresso da Medicina Interna, da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia.

Literatura e jornalismo

A vida literária carioca esteve presente desde os primeiros momentos de sua mudança para a cidade: foi colega de trabalho, na Central do Brasil, de Pereira da Silva, que foi seu antecessor na ABL.

Sua produção literária, entretanto, não foi contínua: de 1938 a 1960 deixou-a em segundo plano. O mesmo não se verificou com a colaboração a jornais, bem como sua participação em eventos e instituições culturais, nacionais e estrangeiras – tendo sido integrante do Conselho Federal de Cultura e Presidente da União Brasileira de Escritores.

Emérito contador de casos, suas crônicas foram publicadas em vários jornais e revistas. Seu tema principal era a Amazônia. Também aventura pela crítica literária, organizando também antologias, como a do contraparente Ronald de Carvalho.

FONTE: WIKIPÉDIA

RODOLFO AUGUSTO DE AMORIM GARCIA

Rodolfo Garcia

Rodolfo Augusto de Amorim Garcia nasceu em Ceará Mirim, Rio Grande do Norte, a 25 de maio de 1873. Filho de Augusto Carlos de Amorim Garcia e de Maria Augusta de Amorim Garcia. Por desentendimentos políticos deixou sua terra muito cedo indo morar em Pernambuco. Pretendendo seguir a carreira das armas cursou o Colégio Militar do Ceará e a Escola Militar no Rio de Janeiro, de onde acabaria sendo desligado. Retornando ao Nordeste, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife de onde saiu, bacharel e doutor em 1908. Ainda estudante colaborou no jornal Estado de Pernambuco; e na revista Cultura Acadêmica. Em Pernambuco lecionou História, Geografia, Francês e Português nos Colégios Wolf e Santa Margarida. Na década de 1910 radica-se no Rio de Janeiro. Na época passou a colaborar em vários jornais, revistas e boletins publicados por instituições culturais. Dividiu com Capistrano de Abreu a árdua tarefa de anotar a 3ª edição da História Geral do Brasil. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2 de agosto de 1934. Assumia na época a direção do Museu Histórico Nacional. Pertencia Rodolfo Garcia ao quadro social do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde agosto de 1921. Apesar de nunca ter escrito nada sobre o Rio Grande do Norte, foi autor de várias obras que são referências para estudantes e pesquisadores do Brasil e do mundo, dentre elas “Ensaio sobre a História Política e Administrativa do Brasil (1500-1810), editado em 1956. Lamenta-se que tenha perdido o contato com suas origens. Segundo o acadêmico Murilo Melo Filho, Rodolfo Garcia era um homem frio e fechado, ríspido e quase rude, de trato difícil, parecia estar sempre com raiva. Faleceu no Rio de Janeiro a 14 de novembro de 1949. Atualmente, um dos seus netos, Luiz Garcia é jornalista e trabalha no jornal O Globo (RJ). A Biblioteca da Academia Brasileira de Letras, considerada uma das melhores e mais modernas do país tem hoje o nome de Rodolfo Garcia.

FONTE: DN EDUCAÇÃO - Dez/2006- pgs 18 e 19

Publicado no blog chamine em 11/03/07

FUNDAÇÃO DA ABL-ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

No fim do século XIX, Afonso Celso Júnior, ainda no Império, e Medeiros e Albuquerque, já na República, manifestaram votos por uma academia nacional, como a Academia Francesa. O êxito social e literário da Revista Brasileira, de José Veríssimo, daria coesão a um grupo de escritores e, assim, possibilidade à idéia.

Lúcio de Mendonça teve, então, a iniciativa de uma Academia de Letras, sob a égide do Estado, que se escusaria, à última hora, a tal aventura de letrados. Foi fundada então, independentemente, a Academia Brasileira de Letras.

As primeiras notícias saíram a 10 de novembro de 1896, na Gazeta de Notícias, e, no dia imediato, no Jornal do Commercio. As sessões preparatórias iam começar: na primeira, a 15 de dezembro, às três da tarde, na sala de redação da Revista Brasileira, na travessa o Ouvidor, nº 31, foi logo aclamado presidente Machado de Assis.

A 28 de janeiro do ano seguinte, seria a sétima e última sessão preparatória. Compareceram a ela, instalando a Academia: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães, que haviam comparecido às sessões anteriores. Ainda Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, conselheiro Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, que aceitaram o convite e a honra.

Eram trinta membros. Havia mister completarem-se os quarenta, como na Academia Francesa. Foi o que fizeram os dezesseis presentes à sessão, elegendo os dez seguintes: Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os Estatutos são assinados por Machado de Assis, presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Otávio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Sousa, tesoureiro.

A 20 de julho de 1897, numa sala do Pedagogium, na Rua do Passeio, realizou-se a sessão inaugural, na qual estiveram presentes dezesseis acadêmicos. Fez uma alocução preliminar o presidente Machado de Assis. Rodrigo Otávio, 1º secretário, leu a memória histórica dos atos preparatórios, e o secretário-geral, Joaquim Nabuco, pronunciou o discurso inaugural.

ESTATUTO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS - ABL

Estatutos da Academia Brasileira de Letras

Art. 1º - A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional, e funcionará de acordo com as normas estabelecidas em seu Regimento Interno.
§ 1º - A Academia compõe-se de 40 membros efetivos e perpétuos, dos quais 25, pelo menos, residentes no Rio de Janeiro, e de 20 membros correspondentes estrangeiros, constituindo-se desde já com os membros que assinarem os presentes Estatutos.
§ 2º - Constituída a Academia, será o número de seus membros completado mediante eleição por escrutínio secreto; do mesmo modo serão preenchidas as vagas que de futuro ocorrerem no quadro dos seus membros efetivos ou correspondentes.

Art. 2º - Só podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário.
As mesmas condições, menos a de nacionalidade, exigem-se para os membros correspondentes.

Art. 3º - A administração da Academia compete a um Presidente, um Secretário-Geral, um Primeiro-Secretário, um Segundo-Secretário e um Tesoureiro, eleitos anualmente por escrutínio secreto e reelegíveis.
§ 1º - O Presidente dirige os trabalhos da Academia e a representa em juízo e nas suas relações com terceiros.
§ 2º - As funções dos três Secretários serão discriminadas no Regimento.
§ 3º - Ao Tesoureiro incumbe a guarda e a administração do patrimônio social, de acordo com os outros membros da Diretoria.

Art. 4º - A Academia terá uma comissão de contas, composta de três membros e eleita anualmente, além das demais comissões que forem criadas pelo Regimento.

Art. 5º - A Academia funciona com cinco membros e delibera com dez.
Parágrafo único. Para eleições exige-se, em primeira assembléia, a maioria absoluta dos membros residentes no Rio de Janeiro.

Art. 6º - Sem vênia da Academia nenhum Acadêmico tem o direito de declarar essa qualidade nos livros que publicar.

Art. 7º - Os membros da Academia não respondem individualmente pelas obrigações contraídas em nome dela, expressa ou implicitamente, pelos seus representantes.

Art. 8º - A Academia poderá aceitar auxílios oficiais e particulares, bem como encargos que visem o progresso das letras e da cultura nacional.

Art. 9º - No caso de extinção da Academia, liquidado o seu passivo, reverterá o saldo, que houver, em favor da União, se antes não se resolver seja transferido a algum estabelecimento público ou outra associação nacional que tenha fins idênticos ou análogos aos seus.

Art. 10º - Para reforma destes estatutos, extinção da Academia e aplicação do patrimônio acadêmico, no caso do art. 9º, será preciso o voto expresso da maioria absoluta dos membros efetivos da Academia.

Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1897.

Machado de Assis, Presidente
Joaquim Nabuco, Secretário-Geral
Rodrigo Octavio, Primeiro-Secretário
Silva Ramos, Segundo-Secretário
Inglês de Sousa, Tesoureiro

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